O Paraíso
O dia amanhece escutando música. Ele mal conseguiu dormir, mesmo assim acorda renovado, como nunca antes. Ela finge que não dá bola, mas deixa escapar o riso que não conseguiu disfarçar quando ele chegou perto. Eles se protegem, mas se denunciam. Mas não é o tipo de denuncia que condena ou aprisiona, ao contrário: liberta. Se ela sente o mesmo, ainda é uma dúvida, ele calcula. Alguns podem dizer, mas será dúvida. E mais sincero assim: na incerteza. Eles nunca irão adivinhar. Ele pode lhe dizer algo em um mometo-qualquer-semi-planejado, ela percebe. Mas não liga se não disser nada, contenta-se com a espera. Eles consentem. Os minutos não passam, o filme que muda de cena. Ela volta nos melhores momentos: a canção. A vida não acaba, apenas a história. O telespectador não cansa de repetir.
Se eu pudesse escolher para onde ir depois da morte, me transformaria em uma trilha sonora, me enviaria para o cinema, num destes filmes juvenis, onde a conquista é a maior preocupação da existência, a felicidade é besta, a repetição agrada, o choro é mais belo do que triste, os personagens permanecem jovens para sempre. E se um por algum motivo, um dia, por um incidente, sentisse que a história acabou, simplesmente voltaria para o ínicio, e faria tudo acontecer novamente. O paraíso é um eterno filme de paixão adolescente.
Marcadores: amor, paixao, paixão adolescente, pequenos textos
6 Comentários:
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Dizer o quê? Lindo!
Jess&ca
Profundo...
Intenso
estou sem palavras... dixer oq?
simsero e profumdo
comcordo com vc
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