Não importa
Confesso que sou um pouco distraído, mas também não me importo. Nunca quis me desfazer disso, me distraio da minha própria distração. Faço pouco caso do próprio descaso. Sou assim. Quando vou para o trabalho pela manhã, se vejo que tenho tempo procuro o caminho mais longo e engarrafado, que me exige menos atenção para dirigir. Fico escrevendo alguns textos dentro de mim no caminho, ou continuo sozinho aquelas conversas que comecei com alguém no fim de semana. As pessoas acham que estou desatento. Eu estou sim, atento, mas não ao mesmo que elas. Nem sempre o que interessa aos outros é o mesmo que me causa interesse. Nem sempre o que preocupa a todos é um motivo justo de preocupação para mim. Aqui em casa se irritam comigo quando deixo a janela do quarto aberta enquanto estou no computador, acham que o vento pode estragar à cortina. Eu não entendo tanta irritação: talvez o calor que esse apartamento faz tenha estragado com a calma de minha família nestes últimos anos. Corro para abri-la novamente quando ninguém está mais olhando, evito que o mesmo aconteça comigo. É eu ou ela. Meus amigos acham incrível o fato de que eu não me preocupo com nada. Não é isso. É que minha preocupação é bem diferente.
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1 Comentários:
Eu sei, eu sei... quando você fala dos amigos que se preocupam com tudo você está falando especificamente de mim. rs. Você sabe se traduzir muito bem.
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