Em uma dessas noites - I
No copo, o nível do whisky ia baixando, antes mesmo que o gelo se derretesse. O fim da terceira dose seria o tempo-prazo ideal para ir a seu encontro, assim como o nível ideal de satisfação alcoólica. Três doses seriam suficientes num período de trinta minutos para me encorajar, ainda mais contando com o fato de que eram cuidadosamente caprichadas pelo Marcelão, garçom conhecido. Os anos de freqüência na Fashion-club haviam me rendido algumas amizades. Procurei não demorar mais. Desde aquela meia hora que a avistara, ensaiava o diálogo dentro de mim até que me permitisse ser visto. A ultima noite que tivera oportunidade de encontra-la, a conversa havia sido breve demais, não rendera o suficiente para aproxima-la a ponto de lhe arrancar o beijo já merecido de tanto tempo. A necessidade da demora era justamente para lembrar algum assunto para tocar, bom o suficiente que lhe prendesse a atenção desta vez.
Não foi fácil chegar até ela, havia uns dois rapazes ao seu lado disputando sua atenção. Mas ao me ver se afastou, com discrição, abrindo um espaço para o abraço - adoro a maneira que ela me antecede - Entre sorrisos e comprimentos, nos permitíamos uma aproximação maior. Meu corpo inclinava ao seu ouvido, facilitando a audiência: com todo aquele ruído e som alto, sempre corria o risco de ser mal entendido. Despertei seu interesse quando pintou o assunto dos velhos tempos de Guarajuba. Eu tinha a certeza que conseguiria entretê-la com algo neste dia. Surpreendeu-me a forma que foi tocando, meio que acidentalmente meus braços, facilitando o momento de definição. Mas a minha surpresa maior foi quando as amigas à tomaram de mim cheia de pressa “Tenho que ir, volto aqui caso convença alguma delas a ficar”. Eu odeio amigas. São sempre as causas maiores dos piores suscedimentos das noitadas. Voltei-me a companhia dos colegas que estavam comigo. E agora? Talvez fosse melhor matar o tempo ao lado deles e esperar ver o que aconteceria. Ou procurar àquelas figuras manjadas, que sempre encontro nos eventos e que todos já cansaram de me ver junto, inclusive eu. Ou arriscar a pista talvez? Às quinze para as três da manhã, qualquer coisa seria lucro. Provavelmente não era mesmo o meu dia. Ao sair de casa numa sexta a noite, na verdade, já devo estar preparado para estes tipos de episódios ocasionais lamentáveis, inevitáveis. De repente, em meio ao andar escuro de baixo , aquele mesmo vestido rosa , em movimento. A direção tomada era à escada que da o acesso ao segundo andar . Era ela, voltou! Indo pro mesmo local onde conversamos. Corri, apressado de mim mesmo. Não, não foi ao seu encontro. Era mais razoável esperar que me procurasse alguns minutos antes de voltarmos a nos achar. A rapidez foi para chegar ao bar. A sutileza em que apoiei o copo revelava minha intimidade com o balcão. Depois de tantas noites, já tinha assistido a muitas de minhas bebedeiras de sucessos e fracassos naquele lugar. Sabia muito sobre mim, era bom que o respeitasse. “Marcelão, mais uma dose daquele velho whisky . Dupla, faz o favor”. Vai começar tudo denovo.
Não foi fácil chegar até ela, havia uns dois rapazes ao seu lado disputando sua atenção. Mas ao me ver se afastou, com discrição, abrindo um espaço para o abraço - adoro a maneira que ela me antecede - Entre sorrisos e comprimentos, nos permitíamos uma aproximação maior. Meu corpo inclinava ao seu ouvido, facilitando a audiência: com todo aquele ruído e som alto, sempre corria o risco de ser mal entendido. Despertei seu interesse quando pintou o assunto dos velhos tempos de Guarajuba. Eu tinha a certeza que conseguiria entretê-la com algo neste dia. Surpreendeu-me a forma que foi tocando, meio que acidentalmente meus braços, facilitando o momento de definição. Mas a minha surpresa maior foi quando as amigas à tomaram de mim cheia de pressa “Tenho que ir, volto aqui caso convença alguma delas a ficar”. Eu odeio amigas. São sempre as causas maiores dos piores suscedimentos das noitadas. Voltei-me a companhia dos colegas que estavam comigo. E agora? Talvez fosse melhor matar o tempo ao lado deles e esperar ver o que aconteceria. Ou procurar àquelas figuras manjadas, que sempre encontro nos eventos e que todos já cansaram de me ver junto, inclusive eu. Ou arriscar a pista talvez? Às quinze para as três da manhã, qualquer coisa seria lucro. Provavelmente não era mesmo o meu dia. Ao sair de casa numa sexta a noite, na verdade, já devo estar preparado para estes tipos de episódios ocasionais lamentáveis, inevitáveis. De repente, em meio ao andar escuro de baixo , aquele mesmo vestido rosa , em movimento. A direção tomada era à escada que da o acesso ao segundo andar . Era ela, voltou! Indo pro mesmo local onde conversamos. Corri, apressado de mim mesmo. Não, não foi ao seu encontro. Era mais razoável esperar que me procurasse alguns minutos antes de voltarmos a nos achar. A rapidez foi para chegar ao bar. A sutileza em que apoiei o copo revelava minha intimidade com o balcão. Depois de tantas noites, já tinha assistido a muitas de minhas bebedeiras de sucessos e fracassos naquele lugar. Sabia muito sobre mim, era bom que o respeitasse. “Marcelão, mais uma dose daquele velho whisky . Dupla, faz o favor”. Vai começar tudo denovo.
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